Rodrigo Augusto
O vereador Tales de Castro (PSB) conduziu, na noite desta terça-feira (18), uma sessão solene na Câmara de Aparecida em homenagem aos povos de matriz africana.
Às vésperas do Dia da Consciência Negra, a iniciativa reconheceu a relevância histórica, cultural e social das comunidades negras na formação da identidade aparecidense.
Durante a solenidade, diferentes lideranças reforçaram a necessidade de combater o racismo e a intolerância religiosa, defendendo o respeito à diversidade.
Foi, sem dúvida, uma noite marcante para a história de Aparecida.
Representantes de terreiros de umbanda e candomblé, capoeiristas, imigrantes, quilombolas e muçulmanos ocuparam o plenário.

Os ternos de linho e as calças de tergal habituais dos parlamentares deram lugar a turbantes, batas brancas, saias rodadas, ojás e até camisetas listradas de vermelho e branco em referência a Zé Pilintra.
Nos pescoços, em vez das tradicionais gravatas italianas, guias e colares espirituais.
Mas um detalhe destoou — e não passou despercebido: nenhum dos outros 24 vereadores compareceu para prestigiar a sessão.
Uma solenidade inteira, dedicada a povos historicamente marginalizados, realizada no plenário da própria Casa, e Tales presidiu sozinho.
Coincidência?
Preconceito?
Intolerância religiosa?
Ou será apenas que… Tales é intragável?
Cada vereador, caso queira, poderá dar sua própria resposta — à consciência ou, se pressionado, ao eleitorado. Mas a ausência coletiva não deixa de ser ruidosa.

Os colegas de Tales — se é que ele os tem — não são obrigados a prestigiar um evento “cheio de pretos e macumbeiros”, como diriam os intolerantes de plantão.
Contudo, os registros políticos da cidade mostram que, quando se trata de homenagens a líderes evangélicos, dentro ou fora da Câmara, o número de parlamentares presentes costuma ser muito maior.
E, para rememorar fatos recentes, ainda vale lembrar: alguns vereadores justificaram atrasos ao trabalho porque estavam prestigiando o anúncio de um megaevento evangélico na Cidade Administrativa. Para esse, o empenho não faltou.
Dito isso: Amém para quem é de Amém.
Axé para quem é de Axé.

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