
O anúncio do governador Ronaldo Caiado, nesta 2ª feira (3), sobre a ida de governadores ligados ao Consórcio da Paz a Brasília para discutir o Projeto de Lei Antifacção e a PEC da Segurança, mostra a articulação do governo estadual para atuar no debate nacional sobre segurança.
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A iniciativa revela movimentação estratégica para influenciar a legislação federal em sintonia com a pauta da segurança pública, reforçando o papel de Caiado como protagonista nas discussões sobre o endurecimento das leis contra facções criminosas.
O movimento de Caiado se dá em um momento de crescente pressão da sociedade por respostas duras contra o crime organizado.
Ao colocar faccionados no mesmo patamar de terroristas ou narcoterroristas, o governador sinaliza a intenção de transformar o debate sobre segurança em pauta de prioridade nacional, influenciando tanto o Legislativo quanto outros governadores.

Cláudio Castro
O alinhamento com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e a articulação com deputados federais, como o relator Mendonça Filho, mostra que Caiado não pretende apenas discursar: ele busca consolidar base de apoio ampla para aprovar medidas concretas.
Caiado atua em rede, tentando criar consenso federativo sobre políticas de endurecimento penal.
As medidas defendidas por Ronaldo têm caráter radical em termos de endurecimento penal:
- Fim das audiências de custódia para reincidentes.
 - Restrição de benefícios como “saidinhas” e visita íntima para faccionados.
 - Gravação de audiências com advogados para evitar ordens de assassinatos de dentro do sistema prisional.
 - Possível aumento da fração de cumprimento de pena para crimes graves.
 
Essas mudanças têm forte apelo populista e legitimidade perante a opinião pública, mas também exigem cuidado jurídico: medidas como restringir visitas íntimas ou audiências de advogados podem gerar questionamentos sobre direitos humanos e garantias constitucionais, abrindo espaço para debates no Supremo Tribunal Federal (STF) ou instâncias internacionais.
Implicações políticas
A iniciativa fortalece Caiado como protagonista nacional na pauta de segurança.
Ao mesmo tempo, ao liderar a articulação com outros governadores, ele reforça a ideia de federalismo colaborativo, usando a pressão coletiva para influenciar a Câmara e o Senado.
Politicamente, o anúncio também serve como mensagem clara ao Congresso: o endurecimento das leis não é apenas desejo pessoal, mas demanda respaldada por governadores e cidadãos que clamam por segurança.
Isso aumenta a pressão sobre parlamentares para que aprovem medidas mais duras, sob risco de desgaste eleitoral.
Estratégia
A articulação de Caiado demonstra jogo político sofisticado, combinando apelo popular, coordenação estadual e pressão sobre o Legislativo.
Se aprovada, a proposta de endurecimento das leis contra facções terá impactos profundos no sistema penal brasileiro e colocará Goiás como referencial de endurecimento contra o crime organizado.
No entanto, a estratégia precisará equilibrar efetividade no combate ao crime e respeito às garantias legais, para evitar questionamentos judiciais que possam frear as medidas.
			
			


                                    
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